terça-feira, 31 de agosto de 2010

Santa Cristina Antinori 2006


Vinho : Santa Cristina
Tipo : Tinto Seco
Safra : 2006
País : Itália
Região : Toscana
Produtor : Vinícola Marchesi Antinori
Castas: 90% Sangiovese, 10% Merlot.
Graduação : 12,5%
Onde Comprar : Expand Fortaleza
Preço : R$ 55,00

             Este vinho da Toscana foi pra min uma grande surpresa. Não acreditava que um vinho italiano com esse preço fosse agradar tanto. É difícil encontrar um exemplar italiano com essa qualidade e com esse preço. Confesso que escolhi esse vinho muito mais pelo produtor, pois mesmo barato, teria a qualidade de um Antinori. Barato eu me refiro para um vinho italiano.
             Cor vermelho rubi com halo terracota, lágrimas abundantes e lentas. Aromas de café, tabaco, terra molhada, estábulo e frutas vermelhas maduras. Na boca, elegante, macio, acidez equilibrada, final longo e retrogosto persistente. Nota-se muito pouco o álcool e seus taninos são bem macios, o que torna esse vinho muito agradável.
             Tomamos esse exemplar italiano no restaurante Boi Preto em Fortaleza e harmonizamos com uma suculenta picanha,  com pernil e carré de carneiro. Achei o carneiro um pouco forte para o vinho mas a picanha mau passada foi perfeita. Tudo isso na companhia do meu grande amigo Flávio Leitão Filho, que não é muito de vinho, mas adorou o Santa Cristina. Acho que ele vai muito bem com uma massa ao sugo também.
              Santa Cristina Antinori 2006, muito bom custo benefício, excelente qualidade, mais uma prova que pra se tomar grandes vinho muitas vezes não precisamos gastar fortunas.
PS. No Boi Preto custou R$ 100,00.
              

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Matilda Plains 2009

 
Vinho : Matilda Plains
Tipo : Tinto Seco
Safra : 2009
País : Austrália
Região :South Australia (Langhorne Creek)
Produtor :Bremerton (Família Wilson)
Castas :64%  Cabernet Sauvignon,24% Shiraz, 12% Merlot
Graduação : 14,5%
Onde Comprar : http://www.wine.com.br/
Preço : R$ 60,00

                    Um vinho de cor vermelho granada com halo violáceo, lágrimas abundantes que descem lentamente pelo copo. Aromas lácteos com notas de caramelo, chocolate branco, nos remete também a frutas compotadas tipo morango, goiaba e baunilha. Na boca, viscoso, leitoso, preenche toda a boca, macio, aveludado. Taninos bem domados, não incomodam em momento algum. Apesar dos 14,5% de álcool não se sente muito seu teor alcoólico. Deixa a desejar na acidez, o que para alguns pode tornar-se um vinho  enjoativo. Agradou-me muito esse australiano. Esse vinho traz com ele toda a elegância da uva shiraz plantada na Austrália. Realmente essa uva encontrou um terroir bastante favorável naquele país.
                    Para harmonizar, sugiro carne vermelha ou uma codorna. Podemos tomá-lo só com um belo charuto (Cohiba Maduro), ao meu juízo vai muito bem. Acho que esse vinho dá pra arriscar com chocolate. Sim, chocolate. Tem na minha opinião todas as características do vinho tinto seco que combina com uma boa barra de chocolate ao leite.
                    É um vinho que agrada a¨ leigos e troianos,¨ e digo mais: é um caldo ideal para iniciar alguém no mundo do vinho. Quer impressionar uma garota (ela não entende de vinho) com um vinho bem agradável, esse exemplar do novo mundo é uma bela opção. Sem preconceito posso chamá-lo de vinho de mulher. É o tipo do vinho que vai bem para todos os tipos de apreciadores, principalmente os menos experientes e  iniciantes no mundo da enofilia.
                    Ofereci este vinho para sortear no segundo encontro dos tuiteiros de Fortaleza ( II TWEETFOR). A confraternização se deu no Restaurante Colher de Pau em Fortaleza (almoço), infelizmente não deu pra eu ir, mas, deixei logo cedo minha contribuição para os sorteios do evento. Uma garrafa de Matilda Plains safra 2009. Estou curioso pra saber quem ganhou. Espero que tenha gostado.
PS. Passa 10 meses em barricas de carvalho americano de primeiro uso.

sábado, 28 de agosto de 2010

Frases sobre vinho e temas correlatos.




"Deus apenas criou a água, o homem fez o vinho"
 (Hugo, Victor Marie)

"O bom vinho é uma nessecidade da vida"
  (Thomas Jefferson)

"Quem não gosta de vinho, mulher e canção fica um tolo ao longo da vida."
  (Martinho Lutero)

"Garrafas minha senhora, a gente segura pelo gargalo, mulheres pela cintura."
  (Somerset Maugham)

"Um vinho não significa nada se você não lhe der a atenção que ele merece."
"Um bom vinho é como uma bela mulher despindo-se lentamente."
 (John Aumit)

"Abstêmio: pessoa fraca que se rende à tentação de negar um prazer a si próprio."
 (Ambrose Bierce)

"O vinho é o amigo do moderado e o inmigo do beberrão."
 (Avicena)

"Se o vinho atrapalha teu negócio, larga teu negócio!"
 (Mauro Corte Real)

"Se algum dia houver uma paz universal, esse feito será comemorado com um copo de vinho na mão."
 (Antônio D'Avillez)

"O vinho é a parte intelectual de uma refeição."
"O sabor de um bom vinho é lembrado para sempre, o preço é esquecido."
"A vida é curta demais para se beber maus vinhos."
"Acrecente-se o vinho e uma refeição transforma-se em um banquete."
"Como todas as formas de arte, quanto mais se conhece sobre um vinho, tanto mais o apreciamos."
 (Hubrecht Duijker)

'' É na adega que se encontra a verdadeira alma de uma casa."
 (Ramon Gómez de La Serna)

"O enólogo é o cara que, diante do vinho, toma decisões e o enófilo é o cara que, diante das decisões, toma vinho!"
 (Luís Groff)

"O vinho é bebida excelente para o homem, tanto sadio como doente, desde que usado adequadamente, de maneira moderada e conforme seu temperamento."
(Hipócrates)

"Tudo que você precisa é vinho e boa companhia!"
 ( Alan Parsons)

"Existe mais filosofia dentro de uma garrafa de vinho do que em todos os livros."
"O vinho pode ser de direito considerado como a mais higiênica das bebidas."
 (Louis Pasteur)

"O vinho é das bebidas a mais recomendável, dos medicamentos o mais saboroso e dos alimentos o mais agradável."
 (Plutarco)

"O vinho é o sangue da terra."
 (Plínio, o velho)

"Moderadamente bebido, o vinho é medicamento que rejuvenesce os velhos, cura os enfermos e enriquece os homens."
 (Platão)

"A arte de bem beber se contrapõe justamente ao vício de beber mal."
 (Fernando Sabino)

"Enquanto está na garrafa, o vinho é meu escravo; fora da garrafa, sou escravo dele."
(Juan Luis Vives)

"Um vinho é uma poesia engarrafada."
 (Robert Louis Balfour Stevenson)

"Comer é uma necessidade do estômago, beber é uma necessidade da alma."
 (Claude Tillier)

"O vinho é o mais notável dos remédios; onde falta o vinho, os remédios se fazem necessários."
 (Livro dos Talmud)

"Nas vitórias é merecido, nas derrotas é necessário."
 (Napoleão Bonaparte, sobre o Champagne)

"Beba vinho no verão para refrescar e no inverno para aquecer."
 (H.G. Bohn)

       Estas frases foram retiradas do livro; O Vinho no Gerúndio. Um livro de autoria do médico neuroanatomista Júlio Anselmo de Souza. A meu juízo, uma das obras primas brasileiras, quando nos referimos a livros sobre vinhos. Muito bem escrito de fácil leitura e excelente didática. Esse eu aprovei e indico.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Castillo de Montearagón Reserva 2003



Vinho : Castillo de Montearagón Reserva
Tipo : Tinto seco
Safra : 2003
País : Espanha
Região : Aragon
Produtor : Grandes Vinhos y Viñedos
Casta :Tempranilo, Garnacha e Carignan
Graduação: 12,5%
Onde Comprar : Pão de Açucar
Preço : R$ 36,00

        Maturado por 12 meses em barricas de carvalho francês, este espanhol é na realidade um grande custo benefício. Levado pelo confrade Fernando Monte agradou a todos da confraria.
         Cor mais pra bordô, com halo terracota quase laranja, demonstrando já uma certa evolução.  
         Aromas amadeirados, tabaco, pimenta, café, couro, um pouco de fruta negra no final. Bem agradável no nariz. Na boca, equilibrado, boa acidez, taninos suaves, quase não sentimos o álcool. Não é muito longo na boca e seu retrogosto deixa um pouco a desejar.
          Harmonizado com cubos de carne de sol, combinou muito bem. Está de parabéns o Fernando Monte, que nos deu a oportunidade de degustar esse vinho bom e barato.

 PS. No Blog vivinhos.blogspot.com  (18.07.10) este mesmo vinho foi avaliado pelos blogueiros Anny e Edgard. Eles se depararam com um vinho bastante jovem, de cor rubi intensa. Atribuo este fato talvez, devido a guarda das garrafas feita de maneira diferente. O mais evoluído pode ter sido deixado em um local mais quente, permitindo que o vinho evoluisse mais rápido. Muitas vezes os vinhos de supermercados não são acondicinados de forma correta.          

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Glen Carlou Grand Classique 2003


Vinho : Glen Carlou Grand Classique
Tipo :Tinto Seco
Safra : 2003
País : África do Sul
Produtor : Glen Carlou
Região: Vale do Paarl
Graduação : 14,5%
Casta :50%  Cabernet Sauvignon, 35% Merlot, 8% Malbec, 5% Cabernet Franc, 2% Petit Verdot.
Onde Comprar : IGT Fortaleza.
Preço: R$ 110,00

                        Maturado 24 meses, 50% em barricas francesas de primeiro uso e 50% em barricas também francesas de segundo uso, este corte bordalês foi um sucesso. Tomamos este fantástico vinho sulafricano por ocasião do Jornada Cearense de Anestesiologia no Beach Park, na companhia dos amigos Fernando Nora (RS), Paulo César Sales (MG), Péricles Lucena (CE) e Sérgio Rôla (CE).
                        Sabedor que o amigo Nora é um enófilo dos mais exigentes, separei este belo exemplar do novo mundo para ser degustado à beira da piscina num papo descontraído. O Nora não só aprovou, como já fez um comentário no blog elogiando o sulafricano bordalês.
                        Um 2003 de cor rubi com halo bordô, presença de muitas lágrimas que desfilavam calmamente pelas bordas da taça. No nariz, fiz o Paulo César (PC) sentir pela primeira vez cheiro de estábulo, sela e suor de cavalo. É de uma complexidade invejável, com aromas também de pimenta, tabaco, tostados e pimentão. Na boca equilibrado, taninos bem palatáveis,  perfeito entre os taninos e o álcool. Final de boca maravilhoso e bem longo. Harmonizamos com queijo parmesão e do reino. Quer saber ? Não precisava de comida. Ele está tão inteiro que dá perfeitamente pra se beber só,  bem devagar, meditando.
                         Como se vê, um vinho que deixa transparecer todos os aromas terciários, o que nos dá a certeza da excelente qualidade do Glen Carlou Grand Classique 2003. Só os grandes caldos nos fazem enveredar pelo mundo dos aromas terciários e empireumáticos.

PS (1). O Paulo César ficou maravilhado com o vinho e passou a chamá-lo de "vinho do cavalo", devido aos aromas de estábulo. Depois desse vinho, o PC vai começar a acreditar nos aromas relatados pelos seus amigos. Acho que foi muito válida essa degustação, pelo menos ganhamos mais um amigo para o mundo da enofilia, o nosso Paulo Cesár (PC). O PC prometeu apurar mais o olfato a partir de hoje.
PS (2). Tudo isso acima só foi possível, graças ao meu estimado amigo Dr. Flávio Leitão que fez a gentileza de me presentear com essa jóia de vinho. O certo é que, grandes amigos são aqueles que nos proporcionam momentos inesquecíveis.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Família Barberis Cabernet Sauvignon 2007



Vinho : Familia Barberis
Tipo : Tinto seco
Safra : 2007
País : Argentina
Produtor : Bodega Barberis
Região : Vistalba
Casta : 100% cabernet sauvignon
Graduação :
Onde Comprar : Sociedade da Mesa
Preço : R$ 38,60

                    Estagiou doze meses em barricas de carvalho francês Alliers e da califórnia (30% do vinho) e permaneceu mais doze meses engarrafado antes de sair da adega. Suas uvas são obtidas por meio de colheita manual seletiva e seus vinhedos têm em média cinquenta anos.
                    Vou abrir logo o jogo com vocês: gostei demais deste vinho! Ao meu juízo, está num momento excelente pra ser bebido. Vou tentar deixar duas garrafas na adega por pelo menso mais dois anos, pra ver o que é que vai dar. Com esse vinho eu acho que o importador (Sociedade da Mesa) se reabilitou da má fama que causou o californiano Estrada Creek zinfandel 2006.
                    Cor rubi intensa com halo terracota, lágrimas abundantes que desfilam lentamente na taça. Seus aromas lembram frutas vermelhas compotadas, chocolate branco, côco e baunilha. Minha mulher sentiu até gaiaba em caldas. Na boca, fantástico, redondo, taninos muito bem integrados com a madeira, acidez perfeita. É muito elegante e carnudo. Um vinho que agrada enófilos e leigos. Seu final é bem persistente e agradável.
                    Harmonizado com um frango recheado (foto acima) no Solar dos Borges (Marcus e Cristiane), proporcionou momentos de extremo prazer no ponto de vista enogastronômico. Depois, o Marcus abriu um Glen Carlou Grand Classique 2003 Cab. Sauvignon /Merlot, mas sobre esse eu falo depois. Só adianto que foi nota dez também.           

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Trio Reserva Cabernet Sauvignon 2007

Vinho : Trio Reserva
Tipo : Tinto Seco
Safra : 2007
País : Chile
Região : Vale del Maipo
Produtor : Concha y Toro
Castas : Cabrenet Sauvignon 70%, Sirah 15%, Cabernet Franc 15%
Graduação : 14%
Onde Comprar : Parque Recreio Free Shop- Fortaleza-CE
Preço : Em torno de R$ 40,00

               Envelhecido onze meses em barricas de carvalho, esta assemblage chilena tão conhecida dos consumidores brasileiros, faz bastante sucesso entre os que preferem os vinhos do novo mundo. É uma boa opção pra quem visa bastante o termo custo-benefício.
               Esse exemplar 2007 tinha cor vermelho rubi com halo bordô, lágrimas abundantes. Aromas de frutas vermelhas, chocolate, baunilha, côco e um pouco de estábulo. Na boca, frutado, bem elegante, final agradável muito parecido com caqui, até no travo. Retrogosto demorado, fica na boca a lembrança por um tempo razoável. Um vinho que pelo preço, vale à pena degustá-lo.
               Foi levado pelo confrade Claudionor para a confraria das terças. Todos aprovaram e elogiaram o belo caldo. Esse vinho é mais uma prova de que pra ser feliz, não precisa gastar muito. A harmonização foi churrasco de codorna e depois um filé na chapa. Ficou uma delícia! Não chegou pra quem quis.

Ímpetu 2009


Vinho : Ímpetu
Tipo : Tinto Seco
Safra : 2009
País : Chile
Regão : Valle de Limarí
Produtor : Tabali
Casta : 100% cabernet sauvignon
Graduação: 14%
Onde Comprar : Gran Cru ( Brava Bebidas-Fortaleza-CE)
Preço : R$25,00

            Um vinho tinto jovem que tem seu envelhecimento em tanques de inox. Cor rubi com halo violáceo, lágrimas lentas em moderada quantidade. Aromas de pimentão, pimenta, frutas vermelhas e canela. Na boca tem  taninos revoltos no primeiro impacto, depois se acalmam. Quanto ao álcool incomoda um pouco no primeiro gole, mas depois melhora. Tem uma rápida passagem por boca, portanto, é mais agradável nos aromas do que no palato. Na minha opinião, merece pelo menos 30 minutos num decanter para ficar mais agradável.
             Foi bem com uma lasanha a Bolonhesa que pedimos pra harmonizar na Pizzaria Vila Rios. Pizzaria bem interessante, bom atendimento, espaço amplo, muito bom pra que vai com criança. Gostei bastante da comida e do atendimento. Aprovei e indico.
              Quanto ao vinho, é um chileno simples, ideal pra acopanhar massas com molhos de tomate, carnes vermelhas e caças. Pelo preço, não dá pra querer  muito mais do que isso. A pizzaria eu indico, o vinho fica a cargo de vocês. Se querem preço é o ideal, mas, se querem um pouco mais de qualidade sem olhar muito para os custos, sugiro procurar um vinho de maior categoria.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Chateau de La Tuilerie 2007


Vinho : Chateau de la Tulerie
Tipo : Tinto Seco
Safra : 2007
Produtor : Château de la Tulerie
País : França
Região : Rhône
Castas : Syrah 70% e Grenache 30%
Graduação : 14%
Onde comprar : Mistral
Preço : R$52,21

                      Um vinho maturado em garrafas antes de ser comercializado e produzido pela famosa Chantal Comte, uma das principais damas do vinho francês. É, na minha opinião, um vinho muito jovem, ainda muito cruel com o degustador.
                      Cor vermelho granada com halo escuro, violáceo, lágrimas abundantes e lentas. No nariz, muito alcoólico com aromas de frutos negros, algum defumado, e um pouco de pimentão. Na boca taninos muito vivos, álcool muito presente, não dá pra beber sem comida. Confesso que já tomei inúmeros syrahs melhores que esse. Não tem aquela elegância, talvez por não ter passagem por carvalho.
                     Esperava mais desse vinho. Como viram, não me agradou em nada. Esse eu não recomendo e nem indico. Ao meu juízo, não merece os 89 pontos dados pelo Robert Parker.
                     Harmonizamos com um filé alto ao molho de pimenta verde no restaurante Mango em Fortaleza. Os comes foram infinitamente superiores aos bebes. Quanto ao restaurante Mango tem comida razoável ( meu filé estava muito bom) mas, pecou em detalhes, como por exemplo, as taças muito fracas e o primeiro vinho que serviram, um branco argentino torrontés estava oxidado. Foi cobrado R$25,00 reais pela rolha do Chateau de la Tuilerie. Acho que pra cobrar isso, o restaurante tem que ter pelo menos taças de cristal. Vocês não acham ?
PS. Não fizeram questão de trocar o primeiro vinho; concordaram que realmente estava passado.          

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O apressado come cru.


  
 
                Decantar ou não decantar, eis a questão.
               A transferência do vinho de uma garrafa para o decanter é muito mais do que demonstrar noções de etiqueta e não tem nada de esnobismo. Não merece críticas dos leigos no assunto. Ela se deve basicamente, em primeiro lugar, para separar os sedimentos que se fomam no fundo da garrafa e em segundo lugar, para arejar o vinho jovem de modo que seus taninos amadureçam. Os vinhos com mais tempo de garrafa também se beneficiam desse arejamento, desse contato com o oxigênio, que permite que o vinho abra seus aromas após o contato com o meio exterior, após anos evoluindo na garrafa.
              Os tintos novos quando bem encorpados e taninosos, devem ser sempre arejados. Após meia hora o aroma e o sabor deverão ser sensivelmente diferentes. O aroma torna-se mais complexo e o sabor menos agressivo e menos amargo. Os tintos leves (frágeis) devem sair da garrafa direto pra taça, pois se decantados podem adquirir um gosto metálico e acre.
              Os vinhos de safras muito antigas, necessitam de uma decantação muito cuidadosa para separar os sedimentos, mas podem perder suas características com o contato prolongado com o ar. Devemos então, servir os vinhos de safras antigas imediatamente após a decantação para que não percam seus frágeis aromas e sabores.
               Portanto, o ato de decantar um vinho serve para que possamos prepará-lo pra ser avaliado, apreciado e degustado. É o complemento final no preparo de um vinho que teve início na escolha do terroir pelo produtor.
               Quantas vezes tomamos um vinho e notamos que na primeira taça ele estava muito fechado, cruel no paladar e  a partir da segunda taça ele começa abrir, ficar mais elegante, macio?  Isso é  prova de que se  tivesse sido arejado, por pelo menos trinta minutos, estaria bem melhor.
               Por que não esperar? Na ânsia, na volúpia de beber, o apressado come muito cru!

La Massa 2007


Vinho : La Massa
Tipo : Tinto Seco
Safra : 2007
País : Itália
Região : Toscana
Castas : 70% Sangiovese, 20% Merlot, 10% Cabernet Sauvignon.
Produtor : Fattoria La Massa (Giampaolo Mota)
Onde Comprar : IGT - Dio Cucina ( Fortaleza-CE )
Preço : R$182,00

                  Muitos produtores da Toscana resolveram esnobar a DOCG e, confiantes no próprio nome, resolveram fazer Vini de távola na regão do Chianti. Esses produtores seguiram três princípios básicos: elabora tintos com uvas locais seguindo regras próprias; tintos mesclados de uvas locais com as uvas francesas; ou tintos com a utilização de uvas importadas, em especial as francesas. São caros, de prestígio, caprichados, envelhecidos comumente em barricas de carvalho. Eses vinhos são os famosos Supertoscanos, vinhos que não seguem regras e englobam alguns dos melhores vinhos da Itália e do mundo. O que era uma dissidência, acabou virando moda e hoje, quase todos os produtores da região produzem esses supertoscanos.
                    O La Massa 2007 é um exemplo de supertoscano dos mais acessíveis, que uma vez ou outra dá pra ser degustado por nós mortais. Uma cor rubi bem intensa, lágrimas abundantes que descem lentamente na taça com halo aquoso pouco perceptível. Aromas agradáveis de baunilha, couro, frutas vermelhas maduras, pimenta, pão torrado, cedro, tabaco e café. Bem complexo no nariz. Em boca, é maravilhoso, um corpo denso, macio, com taninos bem evoluídos. O álcool é elegante e não incomoda. A sua acidez é equilibradíssima. Final longo, delicado e retrogosto persistente.
                     Um vinho como este, estruturado, potente e denso pede um prato nas mesmas características e nada mais convidativo do que um fantástico carret de carneiro com fetuccine ao sugo no Restaurante Dio Cucina em Fortaleza. Fomos muito bem tratados pelo amigo Rodolfo e principalmente pelo Artur que indicou este belíssimo Supertoscano.
                  

Degustação com o enólgo português Paulo Laureano.


      Na última terça-feira (10.08.10), a confraria das terças se fez presente na degustação no restaurante João do bacalhau. Na ocasião, o enólogo Paulo Laureano, apresentou 04 vinhos da sua vinícola, Paulo Laureano Vinus.
       A Paulo Laureano Vinus é um projeto familiar que teve início em 1999, com uma pequena vinha junto a Évora e que assumiu um maior impacto a partir de 2006 com a aquisição de 75 hectares de vinhedos no famoso terroir da Vidigueira na região do Alentejo. Hoje a vinícola tem sede na Vidigueira onde são produzidos todos os vinhos alentejanos da Paulo Laureano Vinus.
      O restaurante João do bacalhau em Fortaleza, nos deu a oportunidade de compartilhar com Paulo Laureano a degustação de seus vinhos harmonizados com: bolinhos de bacalhau, queijos, parma, pão e manteiga de entrada. Como prato principal foi servido bacalhau a Lagareiro e bacalhau Entre Rios. Pratos perfeitamente elaborados e deliciosos. Vale ressaltar que o Restaurante João do Bacalhau é considerado por muitos, a casa onde se come o melhor bacalhau do Brasil.
       Bem, falemos agora dos vinhos degustados...
       Paulo Laureano Clássico Branco 2009, com 13% de álccol, é um vinho feito com castas brancas exclusivamente portuguesas (Antão Vaz e Roupeiro). Tem cor amarelo citrino, aromas cítricos com notas tropicais muito elegante. Cheguei a sentir aromas amanteigados e perguntei ao Paulo Laureano o porque disso, já que o mesmo não tinha passado por madeira. Ele explicou que, como a alentejo é muito quente proporciona um melhor amadurecimento da uva, e isso faz com que se  note aromas de manteiga. Gostei muito do vinho, elegante, suave, fresco, indicação formal para o nosso clima (Ceará).
       Paulo Laureano Clássico Tinto 2008; um vinho com 50% trincadeira e 50% aragonez, é um vinho jovem, pra ser bebido logo, frutado e leve. Não deve evoluir muito mais que isso. Cor granada com toques violáceos, lágimas finas e rápidas. Aromas frutados, ameixa, pimentão vermelho. Na boca, taninos macios, frutado mas sem muita persistência. Teor álcoólico de 13,5%. Dos tintos foi o que menos me agradou. Não suporta pratos com muito estrutura.
       Paulo Laureano Premium Tinto 2007, feito com 40% de aragonez e 60% de trincadeira é um vinho de cor vermelho granada. Chega a sujar a taça. Seus aromas são bem compotados, morango, goiaba em caldas, chocolate branco, doce de leite e no final um pouco de tostado. Agradou-me muito os seus aromas. Em boca, elegante acidez equilibrada e final longo. Estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês.
       Paulo Laureano Reserve Tinto 2006, com 14,5% de álcool, este elegante vinho é feito de 30% de Aragonez, 40% Alicante Bouschet e 30% Trincadeira. Cor vermelho rubi intenso com tons violáceos, cristalino, com lágrimas abundantes, grossas que deslizam lentamente pela taça. Aromas de ameixa, chocolate, cassis, anis, cedro, baunilha (este eu senti no primeiro impacto), muito complexo. Na boca, é macio,acidez bem evidente, seus taninos dão uma ótima estrutura ao vinho. Final longo, persistente e elegante, álcool bem equilibrado, não incomoda; pelo contrário torna o vinho mais excitante.  Definitivamente o melhor vinho da noite. Passou 18 meses em barricas de carvalho francês.
       Pra min os destaques foram o branco servido na entrada da degustação e o Paulo Laureano reserve Tinto 2006, esses eu indico sem medo. Todos os vinhos são encontrados na Vinoteca Adega Portuguesa em Fortaleza e na Queijos e vinhos.
Foto: Da esquerda pra direita; Fernando Monte, Werton Lôbo, Paulo Laureano e Rômulo Lôbo (Eu). Quem chegou  um pouco atrasado foi o nosso amigo e Vice Presidente (ACAV), o polêmico Danilo Arruda, por isso não saiu na foto.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Eu abri e tomei o Emblemático Barca Velha 1999.

Vinho : Barca Velha
Tipo : Tinto Seco
Safra : 1999
País : Portugal
Região : Douro
Produtor : Casa Ferreirinha ( Sogrape vinhos S.A)
Casta : Touriga Franca, Touriga nacional, Tinta Roriz e Tinta cão.
Graduação : 13,5%

                            Um vinho pra ser aberto e degustado em ocasiões especiais. Decidi tomar esse emblemático exemplar do Douro no dia dos pais, afinal, acho um dia mais que especial, pois sou pai de cinco filhos. Aproveitei que todos me paparicavam no meu dia e rodeado por eles resolvi saborear este belíssimo caldo lusitano.
                          Acordei às 09:30 h com a festa para a entrega dos presentes  (festa feita pelas minhas filhas Luiza e Júlia, pelo Rômulo Filho e minha mulher Fernanda. A Raquel e a Rebeca não estavam presentes porque não moram comigo). Após receber todas as lembranças, levantei e fui logo abrir o Barca Velha 1999. Calculei que o almoço sairia por volta de 13:30 h e então eu teria três horas para decantá-lo.
                          Por volta de 13:30 h e 14:00 h coloquei o Barca Velha na taça e comecei a saboreá-lo. Impressionou-me sua cor, porque apesar dos onze anos, parecia muito jovem. Vermelho rubi intenso, sem nenhum sinal de envelhecimento, lágrimas abundantes e grossas que desfilavam lentamente pela taça. Tem halo aquoso fino, de um vinho jovem. Os aromas nos remetem a minerais, grafite, notas herbáceas. Também sentimos palha , terra molhada, cedro, canela e um pouco de morango no final.
                          Na boca, é um clássico. Elegante, macio, encorpado, aveludado, tem um euilibrio perfeito entre o álcool, tanino e acidez. Retrogosto dos mais demorados que já bebi. É de chamar atenção a jovialidade deste vinho, que se bem guardado vai longe, muito longe.
                          Tenho mais duas garrafas e vou tentar abrí-las só daqui a dez anos. Será que consigo? Tarefa difícil, mas vale a pena esperar.
                            Como era um vinho português, resolvi bebê-lo com um bacalhau Entre Rios ( lombo de bacalhau no forno com batatas, cebolas e bastante azeite), formando um casal perfeito.
PS. A Casa Ferreirinha produziu cerca de 30.000 garrafas de Barca Velha 1999. É maturado por um ano e meio em barricas novas de carvalho francês e o seu segredo está na seleção muito cuidadosa dos melhores vinhos, depois de inúmeras provas e análises efetuadas durante a maturação dos diferentes lotes de barricas.
                     

Viña Tarapaca Gran Reserva Carmenere 2007


Vinho : Viña Tarapacá Gran Reserva
Tipo : Tinto Seco
Safra : 2007
Casta : 100% carmenere
País : Chile
Região: Vale do Maipo
Produtor : Viña Tarapaca
Graduação :13%
Onde Comprar : Adega Curitibana
Preço : R$ 47,90

               Um vinho que expressa todo caráter da variedade que lhe deu origem. Hoje carmenere é sinônimo de vinho do Chile e rivaliza com o Sauvignon Blanc da Nova Zelândia e o Shiraz da Austrália, símbolo da viticultura daqueles países.  Estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês e americano.
               No visual uma tonalidade vermelho rubi internsa, carmin ( daí a origem do nome da uva) com tons violáceos. Lágrimas bem presentes e grossas, com halo aquoso pouco desenvolvido. Sensação olfativa com forte ataque de madeira, tabaco, compota de morango, tostados e couro. Muito complexo no nariz.
               Na boca, suculento, com textura rica e macia, bom corpo, acidez bem elegante. Nota-se um pouco de álcool no final, mas nada que desvalorize o caldo.Taninos redondos e retrogosto bastante prolongado. Acho que ainda tá jovem, mas, deve melhorar nos próximos 5 anos se bem cuidado.
               Esse eu aprovo e indico. Um exelente custo benefício! É um vinho fácil de beber como a maioria dos Gran Reservas da Viña Tarapacá.
               Degustado na confraria das terças, foi levado pelo primo e confrade Werton Lôbo e harmonizado com um filé mal passado. Vai bem com carne vermelha mal passada e grelhados em geral.
                        

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Monte dos Cabaços 2003


Vinho : Monte dos Cabaços
Tipo: Tinto seco
Safra : 2003
Castas : Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Syrah
País : Portugal
Região : Alentejo
Produtor : Margarida Cabaço (Monte dos Cabaços)
Graduação: 14%
Onde Comprar : Adega Alentejana (Fortaleza-CE)
Preço : R$ 69,00

                 Monte dos Cabaços 2003, um assemblage alentejano que estagiou 06 meses em barricas novas de carvalho francês e tem produção de 50.000 garrafas. Elaborado pela primeira vez em 2001 já é sucesso entre os vinhos da bodega  e serviu de incentivo para o lançamento em 2006 de mais dois vinhos; o Monte dos Cabaços Branco e .Com tinto.
                 Cor granada, um vermelho bem escuro, cristalino, lágrimas grossas e lentas com halo aquoso bem fino. Aromas compotados, bem frutados, morango, ameixa, nos remete também a pimenta, menta, e um pouco de côco. Na boca, de início alcóolico, porém da segunda taça em diante começou a ficar mais redondo. Tem sabor de chocolate preto e tabaco. Final elegante e longo, não amarga em momento algum. Gostei muito deste vinho, aprovo e indico.
                  Para harmonozar pedimos codorna grelhada e um pizza de peperoni, com a codorna foi muito bem, porém, a pizza perdeu de goleada para o exemplar lusitano.
   PS. Este vinho foi levado pelo Dr. Fernando Monte para a nossa confraria (Confraria das Terças). Todos aprovaram a boa escolha do nosso confrade.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Don Melchor 2006 no Medit



Vinho : Don Melchor
Tipo : Tinto
Safra : 2006
Casta :98%  Cabernet Sauvignon e 2% Cabernet Franc
Graduação : 14,5%
País : Chile
Região : Punto Alto
Produtor : Concha y Toro

                  Don Melchor 2006, degustado pela nossa confraria na última sexta feira (30.07.10) no restaurante Medit, foi o destaque do mês de julho/10. Vinho de cor vermelho escuro, opaco, halo aquoso fino, lágrimas abundantes e lentas. No nariz, bastante complexo,ameixa, especiarias, couro, tabaco, cedro, baunilha, estribaria, cacau e eucalipto. Na boca, macio, elegante, sabor de chocolate meio amargo, ameixa. Final longo, retrogosto muito persistente, muito redondo. É um dos melhores vinhos que já bebi, não resta a menor dúvida.
                   Não foi de graça que esse vinho recebeu em 2009, 95 pontos do Robert Parker e 94 pontos da Wine Spectator. É realmente um ícone, da Concha e Toro.
                   Para saborear esse vinho maravolhoso, escolhemos um local do mesmo nível, no caso o Restaurante Medit (Fortaleza-CE). Com pouco tempo de inaugurado já é um dos locais mais concorridos de Fortaleza. No comando da noite e servindo os vinhos estava meu amigo acaviano Maurício, um dos sócios, e o chef Fernando Barroso. O Medit cobra R$ 25,00 reais a rolha, mas, se você for membro da ACAV só paga R$ 15,00. A nossa garrafa (vazia) foi pra galeria dos melhores degustados do restaurante.
PS. Sobre o preço do vinho não vale a pena falar. O nosso confrade Claudionor, trouxe essa garrafa do Chile, por um preço de dar inveja a qualquer cidadão brasileiro. Simplesmente metade do preço que se cobra no Brasil.

domingo, 1 de agosto de 2010

Haras Character Cabernet Suvignon 2004


Vinho : Haras Character Cabernet Sauvignon
Tipo : Tinto
Safra : 2004
País : Chile
Região : Vale do Maipo
Produtor : Haras de Pirque
Castas : 100% Cabernet Sauvignon.
Graduação : 14,5%
Onde Comprar : Terroir
Preço : R$ 150,00

                   A vinícola Haras de Pirque com pouco tempo de existência (desde 1991), já se consolida como uma das boas produtoras de vinho do Chile, a ponto de,  no guia Descorchados 2010 ter sete vinhos degustados, todos aprovados e recomendados. Localizada em uma das regiões mais frias do Alto Maipo, em Pirque, os vinhos dessa bodega têm se caracterizado por suas notas herbácias e uma acidez bastante fresca.
                   Haras de Pirque Character CS 2004 tem cor vermelho profundo, granadino, halo aquoso fino, lágimas abundantes e grossas que descem lentamente na taça. Opaco, quase negro, tinge bem a taça. Seus aromas  expressam as qualidades de um ótimo cabernet. Notas de couro, pimentão, terra molhada, cedro, pimenta, morango, ameixa e chocolate. É muito complexo. No primeiro gole é imponente, macio, apesar dos 14,5% de álcool. Sabor de chocalate meio amargo, ameixa e toques de eucalipto. Uma perfeita integração entre frutas negras (ameixa), álcool e madeira.
                   Pra harmonizar, sugerimos carne vermelha mau passada (filet alto) ou um pernil de carneiro ao forno. Eu fui de codorna assada recheada com farofa de bacon e uva passa. Ficou sensacional, nem o vinho bateu a codorna nem a codorna  venceu o vinho. Foi um verdadeiro empate com sabor de vitória. Vitória da boa enograstonomia.