quinta-feira, 26 de setembro de 2013

As lágrimas do vinho. O vinho chora?


                                                             As lágrimas do vinho.

                     Resolvi fazer essa postagem porque esse assunto sempre me intrigou e das explicações que já li essa que vou passar pra vocês é a mais convincente e verdadeira.
                     Quando olhamos uma taça de vinho, quer seja tinto ou branco, a qual acabamos de fazer movimentos circulares, chamam a atenção os filetes que escorrem pela taça. Notamos que uma película líquida quase viscosa sobe pela parede do copo, acima da superfície do vinho, e começa a formar gotas que vão escorrendo por gravidade aleatoriamente ao longo de toda a taça. Esses filetes são denominados LÁGRIMAS, pernas, são o que o inglês chama de wine legs (pernas do vinho). Existem também outros codinomes como, arcos, abóbadas ou arcadas.

                     

                       As lágrimas se devem a um fenômeno chamado de Efeito  Marangoni, muito bem explicado por James Thompson em 1851. Essa fenômeno se deve simplesmente pelo fato do álcool ser mais volátil do que a água, sobre a superfície superior do copo molhado pelo vinho forma-se uma sutil camada de líquido mais aquoso, portanto de tensão superficial maior. Por capilaridade o líquido sobe pela parede do copo, e a elevação da tensão superficial tende a formas gotas. Essas gotas ao caírem desenham filetes que, com ajuda da imaginação, lembram perfeitamente lágrimas. Como estamos diante da diferença de tensão superficial entre a água e o álcool, quando mais alcoólico for o vinho, mais abundante são as lágrimas.
                        Essa é uma explicação centenária, correta e única, portanto esse papo de que as lágrimas são a potência dos ésteres vínicos ou a glicerina do vinho, é tudo lorota e não tem fundamento científico nenhum. Caros leitores esqueçam essa história de que as lágrimas são a gordura ou a glicerina do vinho, isso não existe.
                       Existe um ditado português que diz..." Se o vinho não chora, choro eu." Será mesmo uma verdade isso? Os vinhos chorões tem mais qualidade? Na minha humilde opinião essa afirmação só é válida para os indivíduos que gostam mais de vinho bem encorpados e alcoólicos. Saúde!!!


             Fotos : Google imagens
             Fonte de pesquisa : O Gosto do Vinho / Émile Peynaud e Jacques Blouin          
                       
       

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Domingo Molina malbec 2010



Vinho : Domingo Molina
Tipo: Tinto seco
Safra : 2010
País : Argentina
Região : Yacochuya,Vale do Cafayate, Salta.
Produtor : Bodega Domingo Molina
Graduação : 14%
Casta : 100% Malbec
Onde comprar : Adega Curitibana - www. adegacuritibana.com.br
Preço : R$ 60,00

                       Domingo Molina malbec, pode ser chamado um vinho de altitude, pois suas vinhas são plantadas a uma altura de 2.000 metros em solo arenoso e pedregoso. Temos 30% do vinho repousando em barricas de carvalho francês de primeiro e segundo uso por oito meses. Como vimos seu contato com madeira é bem sutil, isso permite que o vinho exprima bem as características da casta.
                       No visual um rubi escuro quase roxo, com halo violáceo, nota-se muitas lágrimas descendo lentamente pela taça. Seu aromas são complexos, vai desde frutas vermelhas e negras maduras (morango, ameixa) e também notas herbáceas, até carne assada, tabaco e couro. Na boca muito macio, potente e elegante. Taninos bem presentes e bem agradáveis, acidez ótima e álcool bem integrado no contexto. Um retrogosto que lembra chocolate e café.
                        Realmente um vinho surpreendente, agradou muito. Pra harmonizar sugiro uma codorna ao forno no molho de vinho tinto com uma farofinha. afinal cearense é louco por uma farofa (veja foto).

PS. Essa codorna foi feita e servida pelo amigo de confraria Alberto Huet, estava maravilhosa. Parabéns Huet pelo excelente bom gosto.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Mouchão 2006





Vinho : Mouchão
Safra : 2006
Tipo : Tinto seco
País : Portugal
Região : Alentejo
Produtor : Herdadde do Mouchão
Casta : Alicante Bouschet e Trincadeira
Graduação : 14,5%

                       No Alentejo o clima é terrível, frio cortante no inverno e um calor tórrido no verão. Condiçoes que conspiram contra a vinha e que é de fundamental importância a interferência do homem quer nos cuidados com a vinha (irrigação), quer no uso de técnicas de controle de temperatura na elaboração do vinho propriamente dito.
                       É no Alentejo que a uva francesa Alicante Bouschet participa em grandes proporções dos melhores e mais tardicionais tintos da região e tem no terroir da Herdade do Mouchão seu grande aliado.
                       Mouchão 2006 um vinho de cor vermelho graná, com halo terracota, lágrimas em grande quantidades (ainda novo no visual). Nos aromas se destacam, cereja, ameixa, aniz, cassis, couro e café. Como vimos é realmente uma explosão de aromas, bem interessante esse Mouchão. Na boca, é muito equilibrado e elegante. Mesmo com seus 14,5% de álcool, pouco se nota a sua potência alcoólica. Acidez e tanino muito agradáveis, um retrogosto longo que lembra muito chocolate e café. Realmente um vinho diferente e especial, esse eu aprovei e indico.



                      Pra acompanhar escolhemos uma brusqueta de presunto de parma e mussarela de búfala de entrada e como prato principal um linguine a carbonara. A gordura do bacon combinou bem com a potência desse alentejano. Tudo isso no restaurante italiano La Bella Itália em Fortaleza. Pra mim o melhor italiano de Fortaleza disparado.



 Restaurante La Bella Itália
Av. Almirante Barroso, 812 Praia de Iracema, Fortaleza-CE
CEP. 60060-440
(85) 3219-2166

PS. O Mouchão estagia 24 meses em toneis de 5.000 litros de carvalho português, macauba e mogno e depois mais 24 a 36 meses em garrafa.