segunda-feira, 26 de abril de 2010

Final de férias... De volta ao batente.

  
      Após 13 dias de merecido descanço com minha mulher em Portugal e na Espanha, volto cheio de novidades e com as baterias recarregadas para dar continuidade ao nosso Blog enogastronômico.
      Para iniciar a primeira postagem publicarei apenas algumas fotos pessoais, de alguns pratos que tivemos o prazer de degustar e harmonizar durante a viagem.
      Foi uma experiencia magnífica esses 13 dias, tenho muita história pra contar. Passeio de barco no Rio Douro com degustação na Quinta da Pacheca, jantar no Chafariz do Vinho,  uma taperia e vinoteca de Lisboa, almoço no mercado São Miguel em Madri, frutos do mar com sobremesa de morango no La Boqueria em Barcelona , um leitão da Bairrada com vinho branco frizante em Mealhada e jantar no El Botin em Madri.

     Como vimos acima, temos muito o que contar.
     Até breve.

domingo, 11 de abril de 2010

Rumo a Península Ibérica


   Aos trina minutos desta segunda feira dia 12.04.10 embarco para a Europa, onde visitarei Portugal e Espanha. Em Portugal irei a Lisboa e Porto.Visitarei a região do Douro e  o  Alentejo  se o tempo me permitir. Na Espanha vou à Madrid e Barcelona. Visitarei a Macroregião de Castilla e Leon, pra ser mais preciso vou a Ribeira del Duero. Aqui foi fundada em Valbuena, em 1846, a Bodega de Lecanda. Mudou de proprietário em 1890, fazendo nascer a Vega Sicila, que viria a produzir um dos vinhos mais raros e caros do mundo. Vega Sicília, um vinho emblemático, que integra o selecionadíssimo grupo dos melhores do mundo. Obtido de um corte de Tinto Fino (uma variação sutil da Tempranillo) com Cabernet Sauvignon, na proporção de 80% para 20% respectivamente. Permanece durante dez meses na adega antes de ser comercializado, grande parte em barrica de carvalho.
   Os vinhos da Ribeira del Duero, caracterizam-se pela potência dada à sua estrutura complexa, sem perder a maciez, somada a  aromas frutados, enveredando para os terciários obtidos pelo estágio em madeira, às vezes durante longos anos.
   Em breve trarei novidades enogastronômicas do Velho Mundo. Um grande abraço, Rômulo Lôbo.
 PS: Outro dia falaremos sobre o Porto - suas belezas e seus vinhos maravilhosos.

sábado, 10 de abril de 2010

A Rainha das Uvas Tintas.

     Somente as uvas da espécie, denominada Vitis vinifera, fornecem vinhos de boa qualidade. Ela possui numerosas variedades que se destacam dependendo de onde são plantadas ou seja dependem do  terroir. Dentre as inúmeras espécies de uvas tintas e brancas uma merece atenção especial, é a CABERNET SAUVIGNON, denominada por muitos a rainha das tintas, grande parte do seu prestígio vem da fama dos tintos de Bordeaux, especialmente de uma região chamada Médoc ( margem esquerda do rio Gironde), onde a cabernet reina.
   Em 1997, ocorreu uma descoberta, graças à analise do DNA realizada pela equipe da Dra. Carole Meredith, da Universidade de Davis na Califórnia. Ela revelou que, curiosamente, a nobre uva tinta francesa Cabernet Sauvignon se originou há cerca de 300 anos do cruzamento da uva tinta Cabernet Franc com a branca Sauvignon Blanc. Esta uva  tem  bagos escuros e pequenos,casca espessa, o que representa também uma proteção extra contra as pragas, quando não amadurece bem, os componentes herbáceos são acentuados, assim como eventual amargor e adstrigência. É uma uva de ciclo vegetativo tardio, prefere climas temperados, e mesmo quentes, às regiões frias. Suas marcas registradas são a cor escura, os aromas de pimentão, a boa estrutura e a facilidade de integração com o carvalho.
    Na adega sua performance é múltipla. Pode brilhar sozinha, como nos varietais do Novo Mundo, ou comandar o show com outras variedades, como acontece em Bordeaux. Na América do Sul é conhecida pela produção de Cabernet Sauvignon de boa relação qualidade preço. Vinhos cada vez melhores estão vindo do famoso vale do Maipo (Chile) e no Vale do Uco (Argentina). Na Itália tem se dado bem, na sua forma varietal, no Piemonte e na Toscana, na Austrália, se mostra potente, complexa e com rica estrutra, destaque para as regiões de Coonawarra,  Borossa Valley e Adelaide.
   A Cabernet Sauvignon é a casta perfeita para os iniciantes no mundo do vinho tinto, seu prestígio também está nas suas qualidades intrínsecas, como aromas de cassi e pimenta, cerejas negras e grafite, e corpo geralmente gerneroso, com acidez equilibrada. É a cepa que melhor se adapta à evolução em garrafa, transformando sua fruta inicial em uma profunda complexidade aromática e gustativa.
  Um cabernet clássico, com especiarias e encorpado, precisa de comida com as mesmas características, (aqui vale a harmonoização por semelhança) como, um cordeiro ou um bom bife grelhado.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O Campeão da noite.

Vinho: Marciliano IGT 2003
Tipo : Tinto
Safra : 2003
Produtror : Falesco
Paìs : Itália
Região : Umbria
Casta : Cabernet Sauvignon 70%, Cabernet Franc 30%
Graduação : 13,5%
Preço : R$ 54,00 ( Promoção)
Onde Comprar : World Wine








     Um vinho com aroma de cerejas, amora, especiarias, na boca sabor envolvente de frutas negras, taninos marcantes e agradáveis, final de boca fantástico, excelente presença de boca, difícil de esquecer. Passa por barricas de carvalho francês durante 16 meses. Seu criador é o enólogo italiano Ricardo Cotarella consultor de vinícolas em toda a Itália e em Bordeaux. Tomamos esse bela garrafa acompnhada de um Carrê de Carneiro com arroz de abóbora, foi muito bem. Seria interessante também sua harmonização com uma bela codorna assada, um bife de tira e até mesmo queijos maduros.
    No encontro hendonístico da ACAV em Fortaleza, mais precisamente no restaurante Ferrero Café foram aberto vários vinhos pelos amigos acavianos, sendo eleito o campeão da noite quase por unanimidade, o Marciliano IGT 2003. Vinho levado por nós, adquirido na World Wine. Degustamos vários garrafas às cegas e esse foi o eleito. Dentre os presentes os amigos; Maurício presidente da ACAV-CE, Ricardo Leite, Jaime e o Danilo Arruda .
   Esse vinho eu indico aos amigos sem medo de errar. Vale a pena degusta-lo.

domingo, 4 de abril de 2010

Mais um belo vinho degustado na nossa mini confraria.

Vinho: Caro
Tipo: Tinto
Safra: 2006
Produtor: Bodegas Caro
País: Argentina
Região: Mendoza
Casta: Cabernet Sauvignon 60%, Malbec 40%
Graduação: 14,5%
Preço: 122,64
Onde Comprar: Mistral


  
   Um delicioso e fino corte de cabernet sauvignon e malbec com estilo francês, amadurecido 14 meses em barricas de carvalho francês 60% novas.
      Tem uma cor vermelho escuro, rubi, aromas de baunilha, café, couro, pimenta, defumados,frutas vermelhas maduras. Na boca muito complexo, robusto, redondo, taninos suaves, domados, evidenciando os 14 meses em barricas. Final de boca formidável, um retrogosto agradável, de boa intensidade e persistente. Não é a toa que a safra 2002 recebeu 91 pts do Robert Parker. Levei esse vinho para ser degustado na nossa mini confraria com os meus amigos Werton Lôbo (Primo) e o Dr. Fernando Monte. Elogiaram bastante esse belo exemplar argentino, que foi aprovado por unanimidade. A harmonização foi uma bela peça de filé grelhado.
       Um vinho rico em aromas EMPIREUMÁTICOS, ísto é, de substâncias queimadas ( torrefação, tostado,defumado, tabaco, café, chocolate, açucar queimado,melaço). São também denominados de aromas terciários.
                                                  A Mini Confraria                                                                       
Após um árdua terça- feira de trabalho, eu no Hospital Cura D'ars, o Werton no Hospital IJF, e o Fernando no consultório, nos encontramos para saborear belos vinhos( no máximo duas garrafas) e bater papo. Os temas das conversas vão desde vinhos até assuntos estritamente secretos e censurados que morrem ali mesmo. Afinal de contas, confraria sem mistérios não é confraria que se preze.

PS (1): Um grande abraço para os amigos supracitados.
PS(2): A Bodega Caro é de propriedade da Catena (Agentina) e do Ch. Lafite Rothschild (França).

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Amarone do vinhedo à boca.

    O Vêneto, mais precisamente Verona é uma das capitais do vinho na Itália, onde lagos dos vinhos tintos Valpolicella e Bardolino e do branco Soave são drenados para milhões de garrafas. O principal tinto do Vêneto, o Valpolicella, é um dos nomes mais explorados da Itália. O Valpolicella é produzido a partir de um corte onde predominam as uvas nativas Corvina, Molinara e Rondinella. A Corvina com mais personalidade, a Molinara maior acidez e a Rondinella acrescenta algum sabor. Existe o Valpolicella básico, o Valpolicella Superiore.

 
   Ótimos Valpolicellas são produzidos em pequenas quantidades: o Recioto della Valpolicella e o Amarone della Valpolicella.
No processo de produção do Amarone as uvas são colhidas, passam pelo processo passito, no qual são cuidadosamente arrumadas em engradados rasos, empilhados com bastante espaço entres eles para o ar circular. Secam por quatro a seis meses ou mais, até ficarem enrugadas como uva-passa. Daí, são prensadas e fermentadas lentamente até que todo açúcar da uva se transforme em álcool. Receberá o nome de Amarone. Amaro significa "amargo", e amarone, "fortemente amargo".
O amarone é um vinho encorpado, com teor alcoólico entre 14% e 17% vol., altíssimo para um vinho de mesa. Os italianos o chamam vini da meditazione. É realmente único.
Cor, vermelho-escuro profundo, tipo porto, aroma de cereja preta, ameixa, figos, tabaco, couro. Paladar complexo, poderoso, forte, muito longo, final amargo característico, que lhe dá um verdadeiro frescor.
Masi, Serègo Alighieri e Allegrini são excelentes produtores, procure pelas palavras CLASSICO OU SUPERIORE no rótulo.
Apesar de ser um vinho que vai bem só, podemos harmonizá-lo com um bom filé, carne de caça ou massa ao pesto, os exemplares mais velhos do vinho são ótimos com queijos fortes.

Amarone na casa dos Borges.

Vinho: Masi Costasera Classico Riserva 2004
Tipo: Tinto
Safra: 2004
Produtor: Masi Agricola
País: Itália
Região: Vêneto
Casta: Corvina 70%, Molinara 5%, Rondilnela 15% e Oseleta 10%
Graduação: 15,5%
Preço: Onde Comprar:




   Outro dia fui convidado pelo meu grande amigo Marcus Borges para tomar um vinho, qual não foi minha surpresa, o amigo acabara de chegar da Enotria (Terra do Vinho) assim denominada pelos gregos na antiguidade a Itália e trouxe na bagagem algumas garrafas de Amarone.
O vinho que degustamos foi o Costasera Amarone Classico Riserva 2004, um magnífico e legítimo amarone, no nariz adocicado, ameixa em caldas, frutas vermelhas, na boca ameixa, cereja, no final um sabor seco de chocolate meio amargo. No nariz dôce, na boca seco como todo amarone.
Como manda a lenda tomamos de gole em gole, sem acopanhamentos, afinal esse vinho é pra beber só ele, como os italianos chamam, é o "VINI DA MEDITAZIONE". Indicado também após uma refeição. Portanto, para se degustar um amarone basta uma boa taça e uma boa companhia. Foi um belíssimo momento, além de nós, desfrutaram desta jóia os amigos Valter Vieira, Marcos Vieira e Marcelo Carvalho que como bom cervejeiro bebeu essa jóia em goles grandes e rápidos, uma pena.

PS: Doravante escreveremos como é produzido o fantástico Amorone della Valpolicella.

O primeiro e verdadeiro porre bíblico da história da humanidade

    Hoje é sexta feira da paixão por isso, resolvi escrever uma passagem citada na bíblia falando de vinho. No velho Testamento, no Gênesis (9,20-21), está a mais antiga citação bíblica do vinho. Conta que Noé, que levava mudas de videira em sua arca, plantou-as após o dilúvio ("Após o dilúvio, Noé começou a ser lavrador da terra e plantou uma vinha"). Depois, Noé colheu as uvas, prenssou-as, fez vinho, dele bebeu até embriagar-se (" E bebeu do vinho e embriagou-se"), ficou nu e sob censura, foi coberto pelos filhos e levado à sua tenda. Foi, digamos, o primeiro e verdadeiro PORRE da história da humanidade.

Esse texto foi tirado do livro, O VINHO NO GERÚNDIO do médico, professor de neuroanatomia da UFMG, Júlio Anselmo de Souza Neto. Livro bastante interessante, recomento para os que gostam de ler sobre vinhos e para os que estão iniciando no mundo da enofilia. Um livro de fácil leitura e muito didático.

  Resumindo o texto, Noé bebeu, embriagou-se e ainda "BOTOU UM BONECO MONSTRO". ( Os amigos do Ceará vão saber o que significa isso.). Ora, se até Noé "BOTOU BONECO" porque nós mortais não podemos fazê -lo também ?
PS: Botar Boneco no dicionário cearense significa que a pessoa se comportou de forma inadequada, deu trabalho aos amigos, em resumo, o bêbado chato e incoveniente.