segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Falando de Châteauneuf-du-Pape...

   


      O Rhône é a faixa de vinhedos que separa o Beaujolais da costa sul do Mediterrâneo e suas praias, e é dividido em duas regiões: Rhône do Norte e o Rhône do Sul que termina em Avignon.
      Châteauneuf-du-Pape é o grande nome do sul, vinhedo localizado nas imediações de Avignon, ligado à história da Igreja, porque abriga um castelo que foi utilizado como residência de verão para os papas por volta dos séculos XII e XIV, quando questões políticas em Roma obrigaram a transferência da direção da igreja da Itália para a França. Essa ligação foi importante para o vinho da região, sobretudo sob o papado de Clemente V ( arcebispo de Bordeaux ) e João XXII, já que se tratavam de grandes conhecedores de vinhos.
      O clima da região é mediterrâneo, e os solos, pedregosos, constituidos por pedras grandes e roliças com formato de ovo de pato, que são a marca registrada da região. As pedras retêm o calor do sol durante o dia, irradiando de volta à noite, contribuindo para a perfeita e lenta maturação do fruto.
      O resultado é um vinho de coloração intensa, aroma potente, complexo e muito estruturado, robusto de corpo, com o teor alcoólico variando entre 14% e 15%. Apesar de toda esta força, é muito equilibrado, harmônico e macio. Um vinho sedoso, que dar a impressão de encher toda a boca.
       As uvas permitidas para se fazer um Châteauneuf-du-pape são 13, e cada produtor tem sua receita. Pouquíssimos produtores têm em seus vinhedos as 13 cepas. A maioria prefere ficar só com as principais. Na prática há um domínio da Grenache em torno de 60 a 80%. Tem um grande potencial alcoólico mas, é deficiente na cor atributo compensado pela Syrah. Também podem entrar na composição as uvas: Cinsault, Mourvèdre, Counoise, Clairette, Bourboulenc, Picpoul, Terret Noir, Vaccarèse, Muscardin, e Picardan. Uma mistura de tintas e brancas, as últimas para dar mais leveza, tornando o vinho menos austero na juventude.
      Com seus 3200ha, sem dúvida, o mais conhecido e discutido das Côtes du Rhône Méridionales, produz um vinho difícil de classificar, com exemplares excepcionais nos bons anos e medíocres em anos difíceis.
       Para se beber um bom Châteauneuf-du-Pape o importante é ir pelo produtor, assim fica bem mais difícil de errar. Portanto passo para os leitores alguns dos principais produtores do Rhône Setentrional : Château de Beauscastel, Château Rayas, Château Mont-Redon, Domaine du Vieux Télégraphe, Château La Nerthe, Guigal, Chapoutier e Jaboulet. Como vimos a dica pra se tomar um bom Châteauneuf-du-Pape é seguir e escolher o vinho pelo produtor, assim você não leva gato por lebre.
     Os tintos de melhor qualidade precisam envelhecer de quatro a seis anos e duram bem mais. Os mais comuns são mais leves, frutados, podem ser provados depois de três ou quatro anos e não duram muito.
      Agora é com vocês! Procurem um Châteauneuf-du-Pape de bom custo benefício (de olho sempre no produtor) e comprove o que está escrito acima.
  

Um comentário:

Silvestre Tavares Gonçalves disse...

Rômulo,

Os vinhos do velho mundo na minha opinião é um degrau acima na natural evolução no paladar de qualquer enófilo. Um bom Châteauneuf-du-Pape então nem se fala. Maravilhosos!!!

Abs e saúde
Silvestre
www.vivendoavida.net

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